O PRE ou início do neoliberalismo económico
Com o objectivo de proteger o poder de compra da maioria da população, o estado tinha fixado os preços dos produtos de primeira necessidade e as taxas de câmbio. Como os termos de troca se foram deteriorando e, entretanto, a guerra de desestabilização tinha já começado a fazer sentir os seus efeitos, o país viu-se sem divisas para importar os bens de consumo e as matérias primas necessárias para o funcionamento da economia. O mercado negro, tanto de bens de consumo, como de divisas, tinha tomado conta desta.
O governo de Moçambique viu-se então obrigado a assinar acordos com o Banco Mundial e FMI e lançar, em 1987, um "Programa de Reestruturação Económica", mais conhecido pela sigla PRE, que deveria modificar a política económica de Moçambique e relançar a economia. A primeira medida que o governo tomou foi a desvalorização do Metical que, em cerca de dois anos atingiu mais de 1000%. Ao mesmo tempo, desindexou os preços dos bens de consumo, com excepção dos combustíveis (continuam até hoje, 2007, a ser indexados pelo governo) e do pescado, considerados produtos estratégicos de consumo e exportação (o camarão).
Em breve se seguiu o programa de privatização das empresas estatais e intervencionadas. Uma das medidas tendentes a evitar o empobrecimento generalizado foi a transformação de algumas empresas estatais e bancos em sociedades anónimas, através da atribuição de quotas aos seus gestores, ou mesmo a números maiores de funcionários. No entanto, a maior parte das empresas foram privatizadas segundo as regras do Banco Mundial, que era a instituição mentora deste programa.
O Multipartidarismo
A Constituição de 1990 introduziu no sistema político moçambicano a possibilidade da organização de partidos políticos que poderiam passar a participar na governação do País.
As primeiras eleições multipartidárias realizaram-se em 1994, com a participação de vários partidos. A Frelimo foi o partido mais votado, passando a ter maioria no parlamento e a constituir governo.
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